Quando..

(…) quando dei por mim, já não me reconhecia a mim mesma, já não sabia o que era sonhar, já não gostava de ninguém, já não tinha noção do tempo, mas sim, eu continuava a amar-te, eu continuava a querer estar contigo. Mas, há limites para tudo, e eu cheguei ao momento emque deixei de saber o que sentia, deixei de confiar em qualquer pessoa que fosse, deixei de falar, tentava apagar-te das minhas memórias, tentava apagar as marcas das tuas mãos nas minhas, tentava apagar o teu rosto dos meus olhos, eu não dormia com medo de sonhar contigo e não conseguir enfrentar um novo dia, eu não falava com ninguém com medo de proferir o teu nome, eu estava perdida, eu estava tão obcecada em tentar ignorar-te que me esqueci do que era viver. e tudo o que era meu, todos os que gostavam mesmo de mim, também me esqueci deles ...
agora dou valor as pessoas que nunca liguei, agora dou valor aos conselhos 
que nunca dei .
Agora (…) somos apenas tu e eu; e o nos que nunca existiu morreu em mim e seguiu para a minha colecção infinita de sonhos que ainda estão por sonhar, pesadelos que me fazem ficar sem ar atormentam cada noite mal dormida.
Junta-se a força que não existe, com a pouca que há a vaguear na mente pobre que possuo, um dia o pesadelo de á meses tinha de se tornar na realidade cruel que a vida gosta de nos oferecer sem piedade do coração que ainda não sarou as feridas profundas que sofreu.
Sou inocentemente estúpida, caio sempre na mesma asneira e no mesmo erro que se torna fatal á vida inocentemente vivida; parece que as horas não passam, parece que estou a caminhar vagarosamente para a morte que se avizinha, para o sujeito mal encarado que um dia me irá bater á porta e eu nesse momento não quero estar em casa (…)
Olho ao meu redor e não há nada, um quarto com quatro paredes, tudo de branco e azul , minimamente uma imagem aterradora a uma sonhadora nata, sonhadora essa que sempre serei mas metade dos sonhos nunca irão ser realizados (não tenho margem de manobra para tal coisa).
Sentada sobre a areia molhada de uma praia deserta, ouço as ondas e espero que chegues como sempre chegas-te, mas não chegas e uma lágrima solta-se, uma lágrima á muito presa e adiada para este dia; e sou julgada e apontam o dedo, mas enquanto aqui estiver, neste meu refugio tudo estará bem, no meio de rochas infinitas até as lágrimas secarem e o mundo se esquecer de mim (…)


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